Segundo o Houaiss, Quodore é uma pequena porção de vinho, uma pequena porção de alimento. Também é uma bebida ordinária, um café ralo, algo para o desjejum. Aqui, são fragmentos, ideias, pensamentos tolos, outros tipos de pensamento. Enfim, um cadinho de alimento...
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Vivendo e aprendendo a jogar...
Outra da série dos times brasileiros e seus torcedores. Eu gosto destes textos. Gosto das releituras. Gosto de escrever tais estórias. Com "e"... E que poderiam ser histórias também...
Publicado originalmente n' Os Bolonistas:
http://osbolonistas.zip.net/arch2007-06-01_2007-06-30.html#2007_06-26_18_18_09-2402205-25
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O Mais Belo dos Botafogos
Bolonistas que queriam ler sobre as outras histórias...
Havia um clima de indisfarçável consternação. Depois de tantos e tantos anos, tantos e tantos jogos, o Botafogo poderia subir para a Série B do Brasileirão. Mas falhou, na reta final. E o pior, falhou na hora que não poderia. O time de João Pessoa amargaria mais um ano de jogos esquecidos.
E o pior é que este fato gerou inusitada e alarmante situação na família Goitacás: Michel não saía mais do quarto, desde o domingo.
Todos conhecem ao menos um Goitacás, lá da Paraíba. Eles são famosos, pois a família se especializou em nomear seus herdeiros com os nomes dos craques da seleção francesa de futebol, muito antes, mas muito antes, do canarinho virar saco de pancada e freguês de carteirinha dos “bleus”. Digo isso, pois todos viram ao menos uma vez nessas matérias de programas de esportes as incríveis façanhas da família Goitacás.
O velho e bom Domenico Salvador Goitacás era jornalista e foi escalado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro para cobrir o Mundial de 30, no Uruguai. Em feliz dia, Dom Domenico viu, estupefato, a defesa do arqueiro Tephot, da França, numa penalidade cobrada por um atacante chileno. Uma defesa de penalidade em pleno Mundial de Seleções. Algo memorável. E Domenico resolveu que seu primeiro filho se chamaria Thepot Goitacás. E Teté nasceu em 32, sorridente e confiante, ainda no Rio de Janeiro.
De lá para cá várias gerações de Goitacás perfilam os gramados da vida. A família voltou para a Paraíba, ainda nos anos 40. Adotou o Botafogo como time de coração, embora uma ala da família, com nomes de mortais, morasse em Campina Grande e adotasse o Treze. Em 59 nasceu Fontaine Goitacás. Em 61, Kopa. E o Botafogo, o “Belo” da Paraíba foi conquistando títulos e títulos regionais.
O fato é que a campanha do Botafogo fora irrepreensível. Mas no quadrangular final perdeu do Santo André, em pleno Almeidão, e empatou com o Ituano, num inimaginável 4x4, na última rodada. Michel, irmão de Tigana e Rochetau, primo de Amorros, desde o empate se prostrou na cama. Não havia alma que lhe tirasse do quarto. Benzedeira, padre, professor de música e até a dona da quitanda já haviam tentado. Em vão.
Os vizinhos começavam a espalhar boato: “Narcóticos”. Os familiares de Campina Grande, fofoca: “Descobriu que ela o trai.”. Foi aí que o pequeno Zizou, com seus cinco anos incompletos, mandou a certeira: “Paiê... será que se fosse o Treze...”. Michel percebeu o perigo e o ridículo. Abraçou o filho, foi para a praia jogar bola e, por via das dúvidas, comprou mais uma camisa com a estrela vermelha para o menino.
2007.junho, 26.
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Bolonistas e Outras Histórias
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2 comentários:
passando pra deixar um beijo
>.<
O que esta praga de soccer não faz a gente passar...
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