Tem alguns espalhados nos caderninhos de anotações, divagações, contas penduradas e afins. Aos poucos, os recupero.
Uma polida aqui e outra ali.
Devia ter uma canção ao fundo, que ainda não escolhi.
Mas cá está, já exposta no balcão desta mercearia.
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E ela?
Bom, ela se foi. Acordou, fez a mochila e se foi.
Tinha calcinha, sutiã, calça, camiseta e um vestidinho de alça, tão lindo.
E foi tudo, na mala.
Levou também meus possessivos todos: minha, nossa, teu.
E ela? Bom, ela se foi. E quando acordei, só o travesseiro.
E aquele perfume. E aquele pijama que eu lhe emprestei.
E ele?
Bom, ele está a olhar para o teto. Acordou, entendeu e está lá.
Olhar ao nada. Olhar ao lado vazio. Olhar para dentro. Olhar, de olhos fechados.
Tinha raiva, lembrança, saudade e umas memórias, algumas tão lindas...
Daquilo, tudo ficou. Só os possessivos ficaram indefinidos.
Aquele perfume? Não sabe.
Mas o pijama... outra usará.
sem data. no caderno, o azul.
2 comentários:
Muito, muito bom!
Belíssimo jogo de palavras que me rendeu aquela dita 'inveja branca'.
Clap clap clap!
Os possessivos sempre tão indefinidos. Que ironia! E os pijamas, sempre repassados. Belíssimo! Aguardo a continuidade da série :)
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