E seguem os textos da série "Cotovelos".
Este, evidentemente, coletado de impressões da rotina de finais de caso que acabam num escritório de advocacia (sim, além deste mercadinho, na vida lá fora sou "advogado"). Escrito como se fosse ela. Mas cabível, absolutamente cabível, se fosse ele.
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Te odeio por mexer nas tuas cousas e encontrar o telefone dela.
Te odeio por futucar teus papéis e encontrar os poemas que eram dela e não meus.
Te odeio com ódio de tudo por checar seu celular e encontrar o telefone dela, ali e mil ligações.
Te odeio, mesmo, por não dizer que era um engano, que era uma aventura, que era uma coisa a toa.
Te odeio por tudo isso. E por odiar este ódio todo, te odeio.
Mas te odeio ainda mais por ela ser especial para você.
E esse ódio vai aumentando a cada certeza que ela te faz feliz e que ela sorri para você.
E o ódio nas vísceras todas vai me dizimando ao perceber que ela não sabe que eu existo.
E te odeio por isso, nem isso, que nem isso eu tenho dela.
Me prometa uma única coisa: Diga para ela que eu existo e faça ela sentir ódio de mim.
E se ela dar de ombros... essas odiosas moças equilibradas, diga que eu te odeio em cada vírgula.
E se ainda assim eu te odiar ao ponto de te odiar mais um pouco, me tenha ódio. Ao menos isso.
Um comentário:
Uia.
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