segunda-feira, 31 de março de 2008

Fecharam o Parreirinha... e faz tempo




Da garoa...


Quem diria? Quem? Em plena cidade de São Paulo, a olhos nus se poderia observar aquele fenômeno, o eclipse lunar e um showzinho extra do planeta vermelho, ou Marte para os íntimos.


Fátima sempre enaltece São Paulo. Lugar como aquele nunca existirá. Cinemas, restaurantes, coisas para fazer. Um emaranhado de gente de todo o país, o inusitado do cordel em feirinha hippie. O teatro de rua em bairros distantes, União e Olho Vivo. Os repórteres de trânsito. Que delícia é distinguir cada ponto do trajeto Machado de Assis - Cardoso de Almeida, em ônibus elétrico, claro.


O MASP, o Mercado Municipal, as torres. Comprar discos nas galerias ou na imensidão de sebos que se espalham pela cidade. O sotaque. A pizza e o pastel de feira.

Um parêntese: Registremos a violência e a burrice solapante da classe média. Que bom seria deslindar tal burrice e deixar a cidade menos triste!


Uma garoa fina cai. A cidade não desperta. Aos domingos uma espécie de catarse domina a cidade. Nos parques e suas bicicletas, nos botecos e seus pagodes, no macarrão com ou sem frango e no futebol do meio da tarde tudo indica uma clara intenção de se adiar o inevitável. Pouquíssimos lugares do planeta sentem tanto a chegada de uma segunda feira. Talvez seja o trabalho.

Talvez... Pode ser que este seja somente um pedaço da questão. A cidade ganha a partir das sextas uma outra cor, uma outra dimensão. Incluindo os mais viciados no trabalho, o olhar cria uma certa independência positiva, novas percepções são colhidas. Note que mesmo a enfadonha Marginal desperta em detalhes, minúsculos detalhes.


Quem nunca viu o dia amanhecer? Silvio Romero, Largo da Matriz. Das praças ao Bixiga, do Camisa ao Som de Cristal. E o Parreirinha, o Bar do Léo, o Itamarati? Pensemos logo em um choppinho gelado.

Boemia? Quem diria que o vermelho de Marte é vermelho de fato? Só a Fátima, ela nunca duvidou.

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