Quem sabe o que está acontecendo está mentindo. A mentira aqui é absolutamente eficaz. Ninguém sabe o que está acontecendo. Uma série de acontecimentos que somados não nos dão dimensão nenhuma do que efetivamente ocorre nos dias atuais. Esta imprecisão é oportuna. Tudo é possível, novas conquistas ou novas e profundas derrotas.
Digo isso por estar perplexo. A perplexidade existe em todos os cantos dessas frases perdidas. Assim como perdido estávamos, encontramos nada mais do que milhares de perdidos, de vultos, de corpos se movendo para nenhuma direção aparente. Não reconheci na face de ninguém alguma certeza, alguma ponta de lucidez sobre os fatos que pudesse explicar algo, aqui ou ali.
Este transtorno, entretanto, parece oportuno, já disse. Se ninguém sabe, alguém, sempre existem esses “alguéns”, sabe.
Abro um jornal para tentar compreender alguma coisa e confesso que só me interessei pelo caderno de esporte e por uma ou outra tira de quadrinhos. As notícias padecem de realismo, ou, são muito reais para serem verdadeiras. Ou é mentira. Este caos atemoriza. Algum desavisado pode crer em alguma luz encontrada. Mas há luz a ser encontrada? Ah... nessas indas e vindas eu confesso que nada, absolutamente nada sei. Quem diz que sabe, mente. Se soubesse ficaria quieto.
2006. janeiro.
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