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Foi um rio que passou em minha vida
“ A bola rola, a emoção toma conta. Vamô lá! Vamô lá, Tricolor!!!. Barcelona 1 x 0 e o Tricolor no ataque. Bola ali pelo meio, Pintado lança em profundidade... Olha lá o Müller pela ponta! Olha lá! Müleeer se manda pela área, Ferrer cai nele. Vai Müller! Ele faz a finta e outra de novo, que lindo! Raí tocou e é goool. Gol do São Paulo!!! Raí, Raí Raí!!! Sempre ele! Empata o tricolor!”
Quase se derrubou a mesinha do bar. Enquanto o radinho no ultimo volume repetia seguidas vezes o lance, pela TV era difícil acompanhar o repeteco. Afinal todo mundo estava de pé. Muitos comemoravam. Os tricolores pulavam e entoavam seus cânticos repletos de Ô, Ô, Ô!! Outros torcedores, outros times, alguns se chatearam, outros indiferentes, poucos felizes.
Noite de sábado. O bar estava lotado. Mesas e cervejas se confundiam. Aquele era o ponto de encontro de muita gente da faculdade. Em ocasiões especiais sempre se podia encontrar algum companheiro da antiga. O pessoal da mesa cinco era fanático por futebol e o programa dominical era ver o jogo na televisão do Heitor, marido da Flávia, bela senhora.
E tinha gente de outros locais, de outras faculdades, de outras turmas. Aqui e alhures se observava gente conversando. Gente torcendo. Gente se revendo.
“- Falta!!! Ô louco, mêuu!!!” O radinho ligado com o som da TV desligado, mania de torcedor. “ - Jogo empatado, tricolor na boa. O lance pode decidir o jogo. Olha lá a cara do Telê!!!” Interessante, os radialistas sempre sinestésicos. “ - Olha o embalo da bola. Prá lá, prá cá. Dá-lhe Tricolor!!! Bola com Raí que vai bater a falta. Zubizarreta, cuidado meu rapaz! Raí vai prá bola, toca. Cafu. Raí de nooovo! Raí pro gooolll!!! Gol! Gol! Gol !!!! Raí vai abraçar o Brasil. Tricolor! Tricolor! Olha o São Paulo! Olha o título! Campeão do Mundo! Raí desempata. O meu coração se deixou levar, está transbordando!!!” Mesas voaram. Garrafas quebraram. Tinha gente chorando.
Que sintaxe. Que alegria. O bar pululava. Quem estivesse por lá passando sentiria um clima de nostalgia da infância, do time, das copas. Quem lá estava esqueceu que era madrugada e se puseram a cantarolar cantigas de guerra, acordar vizinhos e tudo mais.
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